Crítica: A Suspeita

"A SUSPEITA" - 2022

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    Um filme sobre memória, e a perda dela, onde a comissária Dolores (Glória Pires) está em meio de uma investigação envolvendo policiais corruptos enquanto ainda lhe resta algo de lucidez, pois foi diagnosticada com Alzheimer.

    A montagem do filme transmite uma sensação de perda de memória e confusão em alguns momentos, apesar de fazer bem isso, sinto falta de alguns respiros, momentos mais "lúcidos". Na fotografia, onde alguns planos lentos e parados, entram em sintonia com a interpretação de Glória Pires transmitindo a sensação de confusão mental da personagem. Dolores tem uma determinação invejável, apesar de sua doença e da oposição dentro da própria polícia, ela vai até o fim tentando cumprir seu dever.
    Essas questões técnicas parecem ser bem orquestradas pelo diretor Pedro Peregrino, ele que já tem bastante experiência como diretor em novelas, e também já havia trabalhado com Glória na série "Segredos de Justiça".

    Apesar da boa execução do filme, o roteiro parece ser muito solto, exagera na tentativa de criar um clima de esquecimento. Já vimos em "Amnésia" de Christopher Nolan, algo parecido porém, mais elaborado e ao mesmo tempo mais óbvio nas estrutura do roteiro. 

    Além disso, é interessante também o paralelo que é feito, em um momento, pelo personagem Miguel Yan (Bukassa Kabenguele) sobre a falta de memória do brasileiro. O que é evidente, um povo que não lê, se informa pela TV e assiste BBB, o que esperar?

    Glória Pires é uma grande atriz faz um ótimo trabalho nesse filme, mas tiro algumas chaves por algumas falhas que vejo no roteiro e na montagem. 

Crítica por: Felipe Scripnic
     

    


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