"INSIDE NUMBER 9" - 2014 -
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Uma deliciosa série antológica britânica de humor negro com elementos dramáticos e enredos originais a cada episódio, sem falar, é claro, dos magníficos toques bizarros de horror e as reviravoltas mirabolantes.
As temporadas possuem de 6 a 7 episódios com duração máxima de trinta minutos, alguns mereciam um tempo maior de duração para podermos apreciar melhor os complexos e intrigantes personagens. Como o próprio título sugere as histórias independentes de cada episódio tem em comum a presença do número 9, seja ele o endereço de uma casa, o número de uma cabine, o tamanho de um sapato, o número de um armazém. Além disso, a dupla de criadores e roteiristas Steve Pemberton e Reece Shearsmith atuam em todos os episódios da série, representado os mais diferentes personagens, sempre rodeados por um elenco fabuloso de estrelas em papéis secundários.
Tenho que admitir que a série é viciante, não dá para para de assistir, e olha que não existe nenhuma espécie de gancho de um episódio para o outro, a não ser a expectativa do que esses dois malucos vão nos presentear no próximo capítulo.
Não serei tolo de falar que todos os episódios são excelentes, alguns são melhores que outros. No entanto, é um prazer assistir a esses dois atores criando os mais exóticos personagens nas mais diversas histórias. A direção dos episódios é distribuída para uma série de diretores diferentes, que agregam diferentes estilos e valores a cada filmagem. Por exemplo, existe um episódio retratado apenas por câmeras de segurança, outro que homenageia antigos filmes de terror com uma narração off ininterrupta, vários tipos diferentes de metalinguagem, alguns com direção de arte e figurino de época. No entanto, todos são extremamente críticos e cômicos ao mesmo tempo, sempre alfinetando algum problema da sociedade atual.
Alguns episódios vão te fazer chorar, outros te surpreender para o bem ou para o mal, alguns otimistas outros bem pessimistas, alguns puxam o tapete sob seus pés e você desaba. Não vale a pena discorrer aqui sobre o enredo de cada episódio pois afinal são 7 temporadas com 6 episódios em média.
Não sei ao certo se essas séries de antologias estão na moda, mas tenho que reconhecer que acompanhar esse tipo de série gera menos ansiedade do que aquelas histórias que se arrastam e se prologam sem saber ao certo onde querem chegar exatamente. Tenho que admitir que não existe nada pior do que acompanhar uma série com várias temporadas com arcos abertos, que terminam somente quando a emissora ou o streaming decide que não está dando mais audiência e para desespero do público tem suas narrativas encerradas sem um final apropriado.
Esses episódios com finais programados para 30 minutos são satisfatórios e dão um gostinho de quero mais, apesar de saber que a vida real está muito mais para aquelas temporadas arrastadas com finais abruptos. Porém, quem a final de contas senta-se em frente a TV para querer assistir a vida real? Se alguém, assim o desejar, que assista a um telejornal, animal planet ou outros documentários. Se bem que hoje em dia está cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é ficção ou o que é verdade do que é mentira. No entanto, para mim, se eu tiver que escolher entre um mentira vendida como verdade ou uma ficção que tira sarro da verdade, mil vezes essa última. Prefiro ser iludido por escolha, do que perceber que estou sem nenhuma escolha.
Crítica por: Fabio Yamada.
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