Crítica: What We Do In The Shadows

"WHAT WE DO IN THE SHADOWS"  2019 - 2020

🔑🔑🔑🔑🔑



A série de TV da FX derivada do filme homônimo de 2014 dirigido, escrito e estrelado por Taika Waititi e Jemaine Clement, que praticamente virou um clássico cult movie instantâneo devido sua abordagem criativa que mistura o gênero terrir vampiresco com documentário, praticamente o reality show sobre um grupo de amigos neozelandeses vampiros.

A produção apresenta capítulos curtos de 23 minutos aproximadamente que se apropriam do universo do longa-metragem, mantendo os mesmos criadores mas com novos carismáticos personagens vampirescos. A história dos vampiros centenários foi deslocada para Nova York, mais exatamente para Staten Island, onde a vida dos integrantes do grupo é apresentada num formato de reality com a suposta equipe de filmagem participando de alguns episódios de forma extremamente inteligente.

O delicioso novo grupo de personagens é formado por quatro vampiros, Nandor (Kayan Novak) um conde Drácula de segunda linha, Laszlo (Matt Barry) um vampiro centenário bissexual que faz bicos como ator pornô, sua esposa Nadja (Natasia Demetriou) uma vampira sedutora e feminista que tem um amante humano e Colin Robinson (Mark Proksch), um dos personagens mais originais e criativos da TV, um vampiro de energia que não precisa sugar o sangue das pessoas (uma metáfora perfeita para as pessoas de carne e osso que sugam nossas energias no dia-a-dia). Esses quatro maravilhosos, mesquinhos e sarcásticos vampiros são auxiliados pelo servo humano Guillermo (Harvey Guillén maravilhoso), um nerd latino que aspira profundamente ser transformado em vampiro e que tem a idéia fixa de um dia ficar igual ao único vampiro latino do mundo do cinema, Armand de “Entrevista com Vampiro”, interpretado por Antonio Banderas.

Esse microcosmos perfeito, onde Nandor tentar colocar ordem na casa torturando Guillermo, Nadja persegue seu amante reencarnado, Laszlo cria escultura de vaginas gigantes no jardim da casa e Colin tortura todos eles sugando suas energias, acaba sendo completamente perturbado com a chegada de um vampiro ancestral Baron Afanas (Doug Jones) que planeja dominar o Novo Mundo, ou pelo menos Staten Island.

Através da estrutura desse mockumentary, a criatividade de Taika e Clement transborda da tela, onde nada escapa ao seu humor negro corrosivo. Episódios espetaculares com a participação de Tilda Switon, Wesley Snipes e Evan Rachel Wood perfazendo seus papeis de personagens vampirescos famosos do cinema, além é claro do trio de atores do filme original como membros de um juri de crimes praticados por vampiros é inesquecível. A orgia vampiresca que não dá certo, precedida de takes dos filme pornô realizados por Laszlo desde a criação do cinema. Além é claro do desfecho do Baron e a descoberta sobre a suposta ancestralidade de Guillermo são pequenas amostras do quão extenso e criativo pode ser esse universo nas mãos de seus criadores.

Uma série imperdível para os amantes de filme de terror, mesmo aqueles que detestam reality shows como eu. Impossível para de ver. Sedento pela terceira temporada.

Crítica por: Fabio Yamada.

Comentários