Crítica: Ninguém Sai Vivo

"NINGUÉM SAI VIVO" -  2021

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Um filme de terror que tenta relacionar a terrível realidade de imigrantes ilegais em território americano com a existência de uma entidade maligna aprisionada em uma antiga mansão.

Impossível não comparar essa produção com outro magnífico filme do gênero que também trata da adaptação de imigrantes africanos em Londres, “O Que Ficou Para Trás”, onde Wummi Mosaku dá um show.

Nesse longa-metragem baseado em um livro de Adam Nevill com o mesmo nome original do filme “No One Gets Out Alive” lançado em 2015, Ambar (Christina Rodlo) é uma garota que imigrou ilegalmente e começa a trabalhar em uma oficina clandestina de costura. Ela abandonou os estudos para cuidar da mãe (Claudia Coulter), uma paciente com câncer terminal. Sem perspectivas de futuro, ela vai em busca do sonho americano. Ela planeja conseguir um emprego melhor com a ajuda de um parente distante Beto (David Barrera), para o qual mentiu ter cidadania americana.

Enquanto, ela tenta economizar dinheiro para conseguir uma identidade falsa, Ambar decide se hospedar em uma pensão mais barata e distante. É justamente ai que entra a mansão mal-assombrada e seus habitantes maléficos. Uma imensa casa caindo aos pedaços em um bairro distante, com um sinistro proprietário que reside no piso superior, Red (Marc Menchaca).

Ambar começa a sofrer alucinações que se misturam com sonhos sobre seu passado com sua mãe enferma. As aparições de entidades fantasmagóricas se alternam com ruídos e gritos vindos do porão da mansão. Ambar começa a desconfiar que sobre o destino das garotas que habitam aquele local.

O filme tem uma ambientação legal dentro da mansão com efeitos especiais e cenografia aceitáveis, mas falha ao tentar criar algum tipo de tensão sobre a situação deprimente e opressora da protagonista. Já assistimos obras tão mais efetivas e ricas visualmente com múltiplas camadas de leitura em filmes sobre mansões assombradas como as antologias de Mike Flanagan, que fica difícil comparar o resultados dessa produção.

Independente disso, os minutos finais do filme, onde o mistério é revelado e finalmente a entidade maligna de dentro de uma caixa ancestral surge compensa todo o roteiro enfadonho até aquele momento. A criatura. uma mistura de lagarta com bruxa faz lembrar de alguns monstros do universo de Guillermo del Toro.

Vale a pena assistir como diversão, mas não espere muito desse filme de terror. Não tem importância se você dormir em alguma parte do começo ou do meio, afinal já vimos essa história de imigrante latina que cai em um cilada milhares de vezes, mas nenhuma na qual eles perdem literalmente a cabeça dentro de uma caixa. O verdadeiro sonho americano de todo trumpista de extrema direita.

Crítica por: Fabio Yamada.

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