"IZOMBIE" - 2015
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Uma releitura surpreendente do universo do mundo dos zumbis baseada nos quadrinhos da Vertigo criado por Chris Roberson e Michael Alfred. No entanto, apenas um personagem foi aproveitado dessa incrível e hilária pérola dos quadrinhos, exatamente a personagem zumbi que na revista era chamada de Gwen Dylan e trabalhava como coveira em um cemitério.
Na série, a protagonista Olivia “Liv" Moore (Rose McIver excelente) é uma médica certinha e comedida, com um noivo perfeito e a vida toda planejada, mas que durante um festa em um barco acaba sendo arranhada por um zumbi e torna-se uma morta-viva. A brincadeira entre o nome/ apelido da personagem com a idéia de viver mais é hilária.
Liv acaba por abandonar sua carreira médica e o noivo após se descobrir zumbi. Ela vai trabalhar em um necrotério com o legista Ravi (Rahul Kohli) que não demora muito tempo para descobrir o segredo da nova colega, que se alimenta às escondidas dos corpos submetidos as autópsias.
O elemento realmente inovador da série está no fato de que ao ingerir as postas cerebrais dos mortos, Liv acaba por visualizar fragmentos de memórias destes, além de assumir, mesmo que temporariamente, traços de personalidades dos donos desta iguaria.
Essas lembranças começam a assombrar Liv, que mais tarde as utiliza para desvendar os crimes ligados a suas mortes. Para tanto, ela se associa com Clive (Malcolm Goodwin) um novato detetive do departamento de homicídios.
Além disso tudo, ainda temos a presença do antagonista Blaine (David Anders), como o zumbi que infectou Liv e que volta dos mortos para criar um rede criminosa, na qual ele infecta pessoas ricas e influentes da cidade para depois oferecer um serviço de degustação cerebral em um requintado restaurante local. Um metáfora para sua antiga profissão de traficante, antes ele viciava seus clientes nas drogas, agora transforma suas vítimas em zumbis para depois oferecer cérebros de adolescentes drogados e indigentes.
O seriado assume uma estrutura procedural ao apresentar a cada capítulo o defunto do dia, onde um crime foi cometido, um cérebro comido e uma personalidade assumida. Rose consegue ofuscar os outros atores com sua presença marcante na qual tem que lidar com diversas perdas pessoais e ainda com as dores dos novos defuntos.
A idéia de transformar a entidade do zumbi ou morto-vivo em um receptáculo para memórias e personalidades transitórias é inovadora, ao mesmo tempo em que promove um boa metáfora com a vida humana de Liv (ou de outros como nós) que não aproveita sua vida o suficiente e que somente após a morte percebe o que deixou para trás. No entanto, nem sempre teremos uma segunda chance para viver novas experiências ou sentimentos, seja mudando os rumos de nossas próprias vidas ou dando uma mordiscada nos cérebros alheios.
Crítica por: Fabio Yamada.
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