"IN TREATMENT" - 2008 -2010
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Em comemoração ao resgate da série da HBO da década passada, que retorna agora em 2021 para sua quarta temporada com elenco renovado, resolvi apreciar essa franquia baseada na série israelense BeTipul de 2005 - 2008, que teve várias adaptações em muitas partes do mundo, inclusive aqui no Brasil com o nome “Sessão de Terapia” estrelada por Zacarias Machado sob a direção de Selton Mello.
A versão americana acompanha as sessões semanais dos pacientes do terapeuta Paul (Gabriel Byrne). Cada episódio tem a duração em torno 25 minutos, mais curta do que um sessão real de terapia. A primeira temporada foi composta de 43 episódio divididos em nove semanas de acompanhamento terapêutico (as temporadas seguintes foram mais curtas com extensão ficcional de sete semanas).
A cada novo episódio temos um personagem/ paciente do Dr. Paul com seus traumas psicológicos e os dramas subsequentes. Uma típica série procedural com uma característica cíclica, onde os personagens retornam a cada 5 episódios para uma nova sessão. Nessa primeira temporada, temos uma jovem que se apaixona pelo terapeuta, um piloto de caça do exército que não aceita sua culpa por um ataque no qual matou várias crianças iraquianas, uma ginasta desprezada pela mãe que tenta se machucar para não enfrentar suas competições e um casal em crise que enfrenta o dilema de realizar ou não um aborto.
Além disso, temos o pobre Dr. Paul enfrentando uma crise de meia-idade em meio a suas suspeitas do adultério cometido pela esposa Kate (Michele Forbes). Paul recorre a terapia de supervisão de sua antiga mentora Dra. Gina (Diane Wiest), com quem teve algumas desavenças pessoais e profissionais no passado.
Os episódios são construídos em cima de diálogos rápidos, inteligentes e incisivos. A maior parte da trama ocorre no mesmo cenário, o consultório do Dr. Paul, os acontecimentos externos e as interações dos paciente com outros personagens devem ser remontados pela imaginação do espectador com base nos diálogos entre terapeuta e paciente. A grande força motriz da série se baseia na interação entre esses dois pólos, onde o terapeuta tenta abstrair a verdade através dos relatos dos pacientes, relatos estes que mais se assemelham a um labirinto infinito de incongruências.
No entanto, o prazer maior se dá quando a situação se inverte e podemos observar o enérgico e impávido Dr. Paul na poltrona do paciente expondo todas as suas dúvidas, inseguranças e incongruências diante da emocional e instável Dra. Gina.
Uma bela distração para quem adora se entreter com o sofrimento alheio, principalmente para aqueles que já estiveram nas duas posições, daquele que busca ajuda de um ouvinte e de quem escuta os relatos tentando julgar o menos possível, mas todos sabemos que isso é impossível. Afinal, julgamos tudo e todos a todo momento.
Crítica por: Fabio Yamada.
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