Crítica: Demonic

"DEMONIC" - 2021

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A cada nova produção do sul-africano Neill Blomkamp vou ficando com a impressão de que “Distrito 9” foi realmente um ponto fora na curva na carreira do até então promissor diretor.

Nessa obra que prometia ser uma bela mistura de terror e ficção científica a lá o maravilhoso “Aniquilação”, temos um reencontro de mãe e filha afetadas por um trauma do passado possibilitado pela tecnologia de realidade virtual que compartilha os pensamentos e memórias das duas personagens.

Carly (Carly Pope) é uma mulher que fugiu de sua cidade natal e abandonou suas amizades após um episódio onde sua mãe Angela (Nathalie Boltt) foi acusada de assassinar várias crianças em um orfanato. Martin (Chris William Martim) tinha uma teoria na qual Angela havia sido possuída por uma entidade demoníaca, mas Carly preferiu aceitar a culpa da mãe sem nunca ter descoberto a motivação de tais crimes. 

Em um belo dia, Carly recebe a ligação de um laboratório que realiza experiência com pacientes institucionalizados em coma, acessando seus pensamentos e memórias transformando esses impulsos e dados em um ambiente de realidade virtual. Eles contactam Carly com a idéia de colocarem as duas em contato, em vista que elas não se falam há mais de 20 anos e Angela entrou em coma após uma briga na prisão. 

Carly inicialmente rejeita a idéia, mas acaba cedendo aos apelos dos médicos e terapeutas que afirmam que Angela chama pela filha e que ela é a única que pode aliviar o sofrimento de sua mãe. Carly embarca nessa aventura virtual e descobre que na verdade sua mãe nunca pediu a presença dela e que na verdade existe realmente alguma entidade possuindo o corpo e a mente de Angela e que talvez ela seja a única que pode libertá-la.

Imagine o personagem de Leonardo DiCaprio em “A Origem” realizando o exorcismo de Linda Blair com a ajuda de um esquadrão de resgate de “Resident Evil” mas fantasiados de padres. Se alguém foi capaz de visualizar minimamente essa paródia consegue entender o tamanho do desastre desse filme.

As personagens de mãe e filha em nenhum momento conseguem emocionar o público com seu drama familiar. A tecnologia de realidade virtual nunca consegue impressionar o expectador acostumado com imagens e cenários muito mais deslumbrantes e criativos. O demônio real ou virtual não consegue aterrorizar ninguém que já tenha assistido qualquer um dos filmes da saga “Atividade Paranormal”. 

Uma verdadeira bomba demoníaca lançada pelo antes promissor diretor que aos poucos vai se revelando uma grande decepção, mas eu sou cabeça dura e vou insistir em assistir suas próximas produções na esperança de um dia vislumbrar um pouco daquele brilho luminoso e criativo dos camarões alienígenas.

Crítica por: Fabio Yamada.

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