"QUIZ" - 2020
🔑🔑🔑🔑
Uma deliciosa minissérie inglesa sobre os saudosos e populares game shows da TV que foram os percursores dos realitys que tanto fazem sucesso hoje em dia.
Se antes ficávamos roendo as unhas para saber se o candidato iria ou não acertar as perguntas capciosas do programa, hoje em dia no entretemos com as tretas em que anônimos ou famosos se embrenham dentro de uma casa isolada. Se um dia houve o culto aos candidatos excepcionais com inteligência acima da média, hoje aplaudimos a banalidade e mediocridade do ser humano comum e votamos no mais barraqueiro e infame. E assim caminha a humanidade.
Na série em questão, acompanhamos a criação de um dos maiores shows de TV de todos os tempos, “Quem Quer Ser um Milionário?”, que fez sucesso em todo mundo, atravessando as fronteiras do Reino Unido e ganhando várias versões pelo mundo, inclusive aqui com o “Show do Milhão”.
O programa criado por Paul Smith (Mark Bonnar) e apresentador por Chris Tarrant (Michael Sheen) torna-se um sucesso imediato na TV britânica angariando milhões de fãs. Entre esses alguns se tornaram obcecados pelo desejo de se tornarem milionários a partir de 15 respostas corretas. Uma verdadeira redes mafiosa instalou-se por trás do programa afim de introduzir candidatos show a dentro.
Adrian Pollock (Trystan Gravelle) foi um desses obcecados que se endividou com essa finalidade, carregando sua irmã Diana (Sian Clifford, maravilhosa) e seu cunhado Charles (Matthew Macfadyen, fabuloso) em sua esteira. Assim a família quase que inteira foi parar na cadeira do tão deseja show.
No entanto, após os fracassos de Adrian e Diana, restou ao militar Charles conseguir responder as 15 perguntas de forma assertiva e assim faturar um milhão de libras. No entanto, o jeito desajeita e incomum de Charles associado a um conjunto de coincidências ou não fizeram com que os donos do show desconfiassem honestidade de Charles e acusassem o casal e um outro candidato presente na apresentação, Tecwen Whithlock (Michael Jibson) de uma conspiração para venceram o game show.
A história é completamente verídica e aconteceu na época dos ataque terroristas contra a Torres Gêmeas em Nova Iorque. O episódio do programa nunca foi ao ar, sendo relegado às sessões do julgamento do grupo em questão. A mesma emissora que processou o grupo, ganhou dinheiro com um documentário a respeito da suposta fraude.
Durante a exibição dos três episódios da série fica impossível não se solidarizar-se com os acusados em questão, mesmo por que como um personagem da série fala: “Tentar trapacear em um show de televisão pode ser categorizado como crime?”
A produção de época, a direção de arte, montagem e as atuações do elenco são um bônus a parte que potencializam uma história cheia de tensão e drama, digna dos próprios shows televisivos que tentam criticar. No final tudo se transforma em entretenimento, seja um game show, desgraças de vidas privadas ou celebridades trancafiadas em uma casa. Tudo tem potencial para ser produzido, embalado, vendido e consumido por um público ávido por se entreter e fugir de suas vidas medíocres a um preço módico, mas às custas das horas perdidas de suas vidas.
Crítica por: Fabio Yamada.
Comentários
Postar um comentário