"THE PROMISED NEVERLAND" - 2019
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Uma série de animação baseada em um mangá escrito por Kaiu Shirai e desenhado por Posuka Demizu tem um visual aparentemente infantil mas na verdade esconde um mistério aterrorizante.
No primeiro episódio somos apresentados a rotina de orfanato de crianças com até 12 anos de idade. A sede do orfanato é cercada por um bosque arborizado e a rotina das crianças se resume a testes de inteligências na parte da manhã e brincadeiras lúdicas no período da tarde. O orfanato é governado por uma diretora super amorosa chamada de Mama e cada dois meses uma criança acaba sendo adotada por uma família e se despede dos amigos queridos.
Conhecemos aos poucos os protagonistas da história, Emma - uma garota de 11 anos cheia de energia e atlética, Norman - um garoto de 11 anos inteligente e amoroso, Ray - um garoto de 11 anos misterioso e depressivo. As três crianças se destacam tanto pelas notas na escola quanto pelas estratégias nos jogos.
Tudo corre aparentemente bem até o dia da despedida de Connie, que foi recém adotada, ela esquece seu bichinho de pelúcia e Emma e Norman resolvem ir até o portão para entregar o brinquedo para a garota. Lá eles se deparam com um cenário aterrador, Connie está morta e monstros demoníacos discutem sobre o sabor da carne da garota.
Assim, Norman e Emma descobrem que o orfanato na verdade é uma fazenda onde as crianças são cultivadas até os doze anos de idade para depois servirem de alimento para esses demônios. A dupla revela o segredo para Ray e eles começam a elaborar planos para fuga. No entanto, eles divergem no quesito de levar todas as crianças ou não. Isso desencadeia uma série de reviravoltas e planos de estratégia mental, onde cada um deles tenta estar a frente do outro e todos a frente da Mama.
O cenário idílico do orfanato contrasta com o destino terrível reservado para cada uma das crianças. Não existe como não se comover a cada derrota imposta pela Mama em relação as crianças. Torcemos a todo instante para que o trio consiga algum tipo de sucesso, apesar de não haver nenhum tipo de perspectiva para eles.
Vários temas adultos são apresentados a partir desses personagens aparentemente inocentes, conceitos de amizade, traição, perseverança, resiliência e impotência diante as dificuldades da vida.
Impossível não se apaixonar por cada um desses personagens, seja pelo traço inocente do desenhista ou pela complexidade emocional do roteirista.
A segunda temporada, que ainda não assisti, teve recepção fria dos espectadores e críticos. Os direitos autorais foram comprados pela Amazon que planeja realizar uma série live action com atores de verdade e um longa-metragem live action foi produzido, mas sem o charme da animação que consegue construir perfeitamente essa ilha de inocência em meio a um universo de terror.
Crítica por: Fabio Yamada.
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