"VOZES E VULTOS" - 2021
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Imagine um filme em que Tom de “O Talentoso Ripley” ou “O Sol por Testemunha” acaba por se instalar na casa de “Amityville” e acaba assombrado pelos fantasmas de “O Iluminado”.
Falando assim até parece que vai sair alguma coisa boa de tudo isso, mas isso fica só nas aparências, pois estamos falando de um filme bomba que desperdiça um bom elenco.
A produção, que nunca se define entre abraçar o terror ou cair no melodrama escarrado, limita-se a se manter na superfície de um roteiro cheio de clichês e muito mal filmado.
Na história temos um belo casal formado por Catherine (Amanda Seyfried) e George (James Norton) que se mudam da cidade de Nova Iorque para uma fazenda em uma cidade próxima com sua filha pequena Framy (Ana Sophia Heger). George que terminou seu mestrado em artes plásticas e foi convidado para dar aulas na universidade local, obrigando Catherine a abandonar seu trabalho como restauradora de um museu para se tornar dona de casa.
Na nova residência, tanto Framy quanto Catherine começam a presenciar eventos paranormais, mas elas evitam envolver o cético George. No trabalho, George é muito bem recebido por Floyd (F. Murray Abraham), o chefe de departamento muito fã de um artista plástico local do século passado que realiza obras com temáticas espirituais.
Aos poucos vamos entendendo um pouco da dinâmica familiar e sobre os antecedentes misteriosos da casa que eles habitam. George vai se tornando um clichê ambulante de homem machista, adúltero e manipulador, enquanto Catherine mergulha em seu papel de vítima sofredora.
Existem outros personagens secundários que orbitam ao redor desse núcleo familiar, como a amiga feminista Justine (Rhea Seehorn), a jovem sedutora Willis (Nathalia Dyer) ou o empregado injustiçado Eddie (Alex Neustaedter). No entanto, o grande embate se dá entre esposa que descobre marido traidor e acaba sendo auxiliada por espírito vingativo.
O filme que se passa na década de 80 tem uma fotografia e enquadramentos dignos dos filmes televisivos daquela época. Se por um lado somos surpreendidos pelo desfecho do conflito familiar, a resolução final do filme com seu conceito pseudo-religioso de céu e inferno beira o sofrível, digno de produções evangélicas das emissoras brasileiras.
Vale ressaltar a presença de Karen Allen, a eterna namorada do Indiana Jones, como a mãe da protagonista. Uma barca completamente furada rumo ao dilúvio para um elenco tão pomposo.
Crítica por: Fabio Yamada.
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