"THE STAND" - 2020
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Uma minissérie baseada no livro homônimo de Stephen King, que por aqui recebeu o esdrúxulo nomo de “A Dança da Morte”. Uma outra adaptação para a TV já havia sido realizada em 1994, com Rob Lowe, Gary Sinise, Molly Ringwald, Jamey Sheridan, Laura San Giacomo e Ruby Dee nos papéis principais. No entanto, a série foi um fracasso de crítica e público, em parte pelo roteiro desconexo e pelos efeitos especiais de baixo orçamento.
Na história de ambas as minisséries, um vírus criado e armazenado pelo governo americano chamado Captain Trips escapa do laboratório causando uma destruição em massa. Tanto no livro, quanto nas obras para a TV, as narrativas vão e voltam no tempo, revelando aos poucos como foi a disseminação do vírus.
Na época atual da história acompanhamos a vida dos 1% da população que sobreviveu a pandemia mortal, eles estão divididos em duas comunidades, uma liderada pela mãe Abagail (Whoopi Goldberg) e a outras por Randall Flagg (Alexander Skarsgard).
Através de flashbacks dos personagens principais acompanhamos suas vidas antes, logo na iminência da pandemia e logo após todos a seu redor morrerem. Assim temos Stu (James Marsden) como um soldado enclausurado em um laboratório para estudarem sua imunidade ao vírus letal. Harold (Owen Teague) como um adolescente nerd que sofre bullying e almeja ser um grande escritor. Frannie (Odessa Young) a paixão platônica de Harold que acaba por ter de enterrar o próprio pai. Larry Underwood (Jovan Adeppo) como um cantor em ascensão viciado em drogas e a misteriosa Nadine (Amber Heard) que trabalhava como professora.
Cada um desses personagens recebem chamados através dos sonhos de seus mentores, Abagail e Flagg, para se encontrarem em meio ao deserto para a batalha final entre o bem e o mal. O que determina para que lado cada um dos personagens vai, são as condutas tomadas por eles em frente as dificuldades pós-pandemia, como dizem a verdadeira personalidade de uma pessoa somente é revelada frente a uma grande adversidade.
Interessante assistir essa nova adaptação do livro ou rever a antiga na época atual da epidemia do COVID 19, não somente pela vigência da pandemia, mas também por ela coincidir com a polarização da população em diversas nações do mundo ocidental, causadas não por invocações do mundo dos sonhos, mas sim pelo arregimentar e pelo engajamento das redes sociais, que divide as pessoas em grandes bolhas virtuais conforme seus perfis captados por algoritmos.
Na obra de Stephen King, partimos do componente fantasioso e irreal para falarmos sobre a personalidade das pessoas, atualmente uma inteligência artificial agrupa as pessoas em lados opostos a partir de dados virtuais. No livro, um vírus foi capaz de dizimar a população mundial e a partir disso criar um cisão na população. Na realidade, uma pandemia serviu para mostrar que existem pessoas que se importam com o destino do próximo e outras que além de não se importarem com os outros, negam a existência ou gravidade do vírus e não acreditam na ciência.
Se essa nova adaptação será ou não melhor que a primeira, realmente não sei, mas de qualquer forma vale a pena ver a série ou ler o livro do mestre Stephen King, que apesar de não ser Nostradamus, consegue vislumbrar acontecimentos e nos fazer pensar sobre quem nós realmente somos, mesmo num simples livro relegado a categoria de terror barato.
Crítica por: Fabio Yamada.
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