"OS IRREGULARES DE BAKER STREET" - 2021
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Um mistura complexa entre o clássico de policial e mistério de Sherlock Holmes com o mistério sobrenatural de crianças de rua numa Londres do século XIX ao som de músicas modernas da época atual.
Aqui, principalmente nos primeiros capítulos, a dupla de investigadores é coadjuvante, abrindo espaço para uma turma multi-étnica de personagens. Então temos as meia-irmãs Bea (Thadda Graham, excelente) e Jessie (Darci Shaw), Billy (Jojo Macari) e Spike (McKell David). Bea é a líder da turma, enquanto Billy nutre um sentimento por ela que não sabe definir direito, ficando entre a amizade e o interesse amoroso. Jessie acaba por ser uma jovem romântica que começa a apresentar alguns sintomas que Bea confunde com os primeiros sinais da loucura hereditária de sua mãe. Enquanto Spike acaba por ser o alívio cômico da turma. A chegada inesperada de Leopold (Harrison Osterfiel) bagunça a turma e confunde o coração de Bea. Leopold não é como seus colegas, ele na verdade é um príncipe que vive enclausurado em seu castelo por sofrer de hemofilia.
A interação destes jovens com universo do famoso detetive se dá através da interlocução do Dr. Watson (Royce Pierreson) que incumbe Bea de investigar o desaparecimento de recém-nascidos na cidade. Os jovens enfrentarão corvos malignos comandados por uma entidade maligna que prenuncia a chegada de algo mais perigoso à cidade. O mistério somente será solucionado graças aos poderes de comunhão do grupo, a voluntariosidade de Bea, a inteligência de Leopold, a força física de Billy, a esperteza de Spike e os poderes paranormais de Jessie.
A cada novo episódio acompanhamos nossos novos heróis desvendando crimes violentos com pitadas de sobrenatural, mas ao mesmo tempo acompanhamos os arcos principais dos personagens durante toda a temporada, principalmente o das duas irmãs que tem o destino diretamente entrelaçado com a origem de uma fenda entre dois mundos e o desaparecimento temporário de Sherlock Holmes.
Alguns fãs do icônico detetive poderão se irritar com a nova abordagem do mito ou sobre a essência do sentimento fraternal entre Sherlock e Watson. No entanto, sempre acredito que essa broderagem extrema presente em algumas alianças fraternais sempre escondem algum sentimento mais carnal.
Existe um tendência no mercado a se testar misturas de subgêneros narrativos deixando os produtos menos puristas, sendo assim aqui temos uma boa mistura entre fantasia, drama social de época, suspense policial e mistério. Não podemos deixar de louvar a direção de arte e os efeitos visuais. Outra coisa que não podemos deixar passar em branco foram as escolhas multi-étnicas do elenco, mesmo que não tão ousada, conseguiu abrir espaço para jovens atores negros e asiáticos em um produto narrativo com tantas versões anteriores, onde até então era redutos quase que exclusivos atores e atrizes brancos, como se na multifacetada Londres cosmopolita (mesmo a de séculos atrás) fosse habitada apenas por caucasianos.
Crítica por: Fabio Yamada.
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