Crítica: Fuja

"FUJA" - 2021

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Um filme de suspense com uma idéia simples mas muito bem realizado pelo diretor Aneesh Chaganty, que já havia realizado o instigante “Searching”, que por falar nisso já tem o roteiro de uma sequência escrito pelo próprio Aneesh.

Voltando para o filme em questão, que tem sua história baseada naquele crimes de Síndrome de Munchaussen por procuração, onde geralmente a mãe simula ou provoca sintomas na criança com a intenção de chamar a atenção para si mesma, vide os filmes baseados na história real de Dee Dee e Gypsy ( The Act e Mamãe Morta e Querida), lançados a pouco tempo.

Na história temos Diane (a maravilhosa Sarah Paulson) que aparentemente dá a luz a um bebê prematuro. Anos depois, conhecemos Chloe (Kiera Allen), a filha de Diane que apesar das deficiências (e olha que são muitas) é muito independente, segundo as palavras da própria mãe, Diane.

Chloe é uma cadeirante, com dermatites alérgicas, asma severa e problemas gastrointestinais que impõe uma dieta restritiva. A rotina da garota se baseia em estudar em casa e tomar suas medicações, com pequenos intervalos para refeições e rápidas incursões à cidade acompanhada da mãe para ir ao cinema e à farmácia. O grande momento do dia de Chloe é a chegada da correspondência entregue pelo carteiro, pois Chloe se inscreveu em várias faculdades e aguarda ansiosamente a resposta de alguma delas, acreditando piamente que um dia poderá sair de casa. No entanto, Chloe coincidentemente nunca consegue pegar as correspondências antes de sua mãe e sempre acaba frustrada por nunca receber a tal resposta da faculdade.

A rotina de Chloe se modifica completamente a partir do momento em que ela encontra na sacola de compras da mãe, um frasco com medicações prescritas no nome da mãe. A medicação, em questão, acaba por se transformar no foco de obsessão da garota, que insiste em descobrir o que é e para que serve.

Esse incidente dá início a uma luta de gato e rato com tensão crescente e ininterrupta que rende cenas que fazem o espectador rir de nervoso, afinal estamos falando de uma cadeirante que se esmera com todas as suas forças para fugir das garras de uma mãe psicopata. Não existem limites para Diane conseguir manter a dependência da filha em relação a sua proteção, o sonho de consumo para qualquer mãe possessiva.

As situações simples e rotineiras à beira do balcão de uma farmácia ou ao lado do utilitário do carteiro podem se transformar em verdadeiras batalhas mortais. Grande mérito do diretor que consegue criar a atmosfera de tensão crescente e das atrizes que dão um verdadeiro show, com Sarah Paulson deixando Adriana Estevez no chinelo com sua Thelma de "Amor de Mãe”.

O entretenimento perfeito para aqueles que estão se engalfinhando com seus progenitores em plena quarentena trancados em casa, seja por que voltaram para casa dos pais ou por que os pais vieram a ficar sob seus cuidados.

Crítica por: Fabio Yamada.

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