"ALICE IN BORDERLAND" - 2020
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Uma série japonesa com oito episódios baseada em um mangá de 2014. Uma mistura perfeita de Alice no País das Maravilhas com Jogos Vorazes e uma pitada de Jogos Mortais.
No início da história somos apresentados aos aparentemente protagonistas da história: Arisu (Kento Yamazaki), um adolescente viciado em videogames que abandonou a faculdade e vive problemas familiares; Karube (Keita Machida), um bartender com cabelos descoloridos apaixonado pela esposa de seu chefe e Chota (Yûki Morinaga), um nerd emocionalmente dependente. Os três são grandes amigos de infância que um dia decidem realizar uma performance em frente a estação de metro de Shibuya (uma das mais movimentadas de Tóquio) que chama a atenção da polícia, eles escapam escondendo-se no banheiro da estação. Após um blecaute na cidade, eles descobrem que a maior parte da população da cidade desapareceu e se defrontam com uma Tóquio deserta.
Logo no primeiro episódio, eles descobrem que são obrigados a participar de jogos de sobrevivência com outros poucos habitantes da cidade, onde cada participante recebe um celular com as regras do jogo. Existem várias arenas de jogos espalhadas pela cidade e após iniciado o jogo quem desistir ou perder morre atingido por um raio de laser vindo do céu. Os vitoriosos nos jogos ganham um carta de baralho e um visto com alguns dias para permanecerem na cidade, caso o visto expire o forasteiro será fulminado pelo raio celestial.
Nos episódios seguintes somos apresentados a outros personagens exóticos, como a sedutora e manipuladora Shibuki (Ayame Misaki), o sádico e violento Aguni (Shô Aoyagi), o misterioso e esperto Chshiya (Nijirô Murakami) e a independente e voluntariosa Usagi (Tao Tsuchiaya) que acaba por se tornar o interesse amoroso de Arisu.
Numa importante referência a história de Lewis Carroll, cada naipe das cartas que representam os jogos são um indício do tipo de jogo ao qual serão submetidos, seja teste de força física, de astucia e inteligência, a combinação de ambos ou de traição de amizade. Durante um desses jogos traiçoeiros no meio da temporada somos surpreendidos com um plot twist que deixa o protagonista Arisu devastado e os espectadores desnorteados.
A temporada muda completamente no momento em que os personagens chegam a uma comunidade de sobreviventes intitulada a Praia, situada em um antigo clube balneário da cidade, onde os membros são obrigados a participarem diariamente do jogos de sobrevivência afim de acumularem o maior número de cartas possíveis. O líder do grupo Tatta (Yûtarô Watanabe) obriga os membros a usarem apenas roupas de praia nas dependências do hotel e pune com a morte os traidores, mas libera a diversão geral com os habitantes livres para participar de festas na piscina e baladas regadas a muita bebidas, drogas e sexo. Um verdadeiro paraíso digno dos famosos beach clubs de Ibiza em meio a megalópole japonesa desértica.
Para alguns espectadores pode ser confuso acompanhar a trama distópica recheada de jogos de estratégia e simbolismos da cultura pop, no entanto, é uma delícia observar tantas referências em um verdadeiro videogame live-action. Fica quase que impossível não maratonar um episódio atrás do outro, que além de entreter o espectador, surpreende com suas reviravoltas chocantes e fornece uma nova visão dessa fantástica Tóquio, que por mais incrível que pareça, acaba por lembrar muito São Paulo.
Crítica por: Fabio Yamada.
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