Crítica: "Por Trás de Seus Olhos"

"POR TRÁS DE SEUS OLHOS" - 2021

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Uma série com apenas seis episódios e muitas reviravoltas, tanto na trama como de gêneros. A produção foi baseada no romance homônimo de Sarah Pinborough e começa como um tipo de comédia romântica as avessas.

Inicialmente, temos o encontro de Louise (Simona Brown) com seus olhos expressivos com o agoniado David (Tom Bateman) dentro de um pub londrino. Ele fica estimulado com eloquência e bom humor de Louise, enquanto ela embarca na aventura sem saber nada sobre a vida dele. Os dois terminam a noite com um beijo interrompido precocemente pela sensação de culpa de David.

No dia seguinte, Louise após deixar o filho Adam (Tyler Howitt) na escola, vai para a clínica psiquiátrica onde trabalha como secretária e encontra David com sua esposa Adele (Eve Hewson) numa reunião de boas vindas para o novo membro do corpo clínico, o psiquiatra Dr. David. Louise se esconde no banheiro para ganhar tempo e coragem até o próximo dia, no qual terá que enfrentar seu novo chefe.

A química entre os dois é palpável, sendo quase certo que terão um caso. Do outro lado da história, temos Adele com seu olhar inexpressivo e vazio, apesar dos belos olhos claros. Ela participa de um jantar com os colegas de trabalho de David e fica evidente o desconforto entre os dois, além é claro do misterioso motivo que tentam encobrir para David ter mudado de cidade.

Louise conhece acidentalmente Adele durante seu trajeto até o trabalho e acabam por tomarem um café juntas. Ela sente-se culpada por ter beijado o marido da recém-conhecida, talvez justamente pelo fato de seu ex-marido a ter traído e se divorciado dela.

Durante as férias de Adam, nas quais ele viajou com o pai, Louise sente-se livre para engatar um caso com David e frequentar a academia com Adele. Aos poucos ela vai descobrindo um lado violento de David, enquanto recebe a ajuda de Adele para lidar com seus terrores noturnos. Somos apresentados a um novo personagem do passado de Adele, Rob (Robert Aramayo), um interno da clínica onde Adele permaneceu internada durante seu período de depressão logo após a morte de seus pais em um incêndio.

Da comédia romântica dos primeiros episódios, somos lançados para um drama familiar, que envolve tanto o relacionamento entre David e Adele, quanto a questão da relação de Louise com seu ex-marido.

Os episódios do meio ganham o elemento de suspense através dos flashbacks de Adele e das descobertas que Louise faz sobre o passado do misterioso casal. No entanto, de uma hora para outra a trama ganha contornos paranormais relacionados aos terrores noturnos de Louise que também são compartilhados por Adele.

As reviravoltas se sucedem rapidamente, por vezes um pouco previsíveis, mas nunca monótonas, que não conseguimos deixar de assistir um episódio atrás do outro almejando saber como diabos o criador da série a finalizará.

Tanto o elenco, quanto a direção de arte, fotografia e montagem se esmeram ao máximo para conseguir transmitir tudo que o texto da história necessita. Se até o meio da série não sabemos direito para quem torcer, no capítulo final elegemos o nosso vilão predileto, mesmo sabendo que todos carregam algum tipo de culpa nas costas. Tudo é muito bem amarrado e direcionado para atingirmos o clímax da série no último momento e descobrirmos afinal o que está por trás dos olhos dela, seja ela quem for.

Crítica por: Fabio Yamada.

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