Crítica: Ponto Vermelho

"PONTO VERMELHO" - 2021

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Um filme de suspense sueco que tinha tudo para ser um ótimo thriller mas que se perde totalmente ao tentar agregar mais valores através de plot twist desastroso nos minutos finais.

A produção se inicia com a bela e insólita história de amor do casal interracial formado por Nadja (Nanna Blondell, linda) e David (Anastasios Soulis). Ele ao se formar como engenheiro pede Nadja em casamento ao sons das caixas do auditório, oferecendo uma música para a amada em uma rádio local.

Pulamos para os dois morando juntos em um apartamento pequeno na capital Estocolmo, com David trabalhando como um louco em um trabalho pouco remunerado, enquanto Nadja tenta se equilibrar entre a arrumação da casa e a faculdade de medicina. Ela descobre que está grávida mas não está certa se deve dar continuidade ao relacionamento e muito menos a gestação.

David convida a esposa para uma viagem ao norte do país, onde farão as pazes acampados sob as luzes da aurora boreal. A viagem começa a ganhar contornos de suspense quando eles cruzam com dois jovens em um posto de gasolina e estes fazem comentários poucos amistosos sobre Nadja. Isso coincide com um amassado na caminhonete causado pelo casal devido a um descuido não intencional.

Em uma parada em um restaurante local, eles se deparam com uma mensagem racista em seu carro, mensagem que eles creditam imediatamente aos jovens da caminhonete. Nadja revoltada arrebenta intencionalmente o vidro da caminhonete e os dois fogem do restaurante. Ao chegarem a pousada de destino, eles são recebidos de forma não muito afetuosa pelos donos. David e Nadja desconfiam que o tratamento seja por causa da cor da pele de Nadja.

O clima crescente de tensão e suspense é quebrado apenas pelo pequeno momento no qual Nadja revela para o marido que está grávida, enquanto eles acampam em cima de um lago congelado às luzes da aurora boreal. Para logo em seguida vir com força total, quando eles acordam sob a mira de um ponto vermelho de laser durante a noite.

Tudo descamba para um ritmo de ação alucinante e aterrorizante na paisagem gélida da Escandinávia, onde o sangue fica muito mais visível em meio ao branco do solo nevado. Em meio as temperaturas congelantes de um território inabitável, o casal parece não ter saída enquanto são caçados por inimigos invisíveis.

Tudo parece caminhar para um desfecho desolador potencializado pela gravidez de Nadja. No entanto, os roteiristas insistem em inserir uma reviravolta final que põe tudo a perder. Além disso, tentam explicar as razões dos antagonistas com cenas de flashback criando uma nova linha de raciocínio que perfaz uma metáfora com a gestação de Nadja.

Todo potencial de dor e sofrimento em relação ao desfecho de nossos protagonistas se esvai, não pela culpa que os roteirista tentam incutir a eles, mas sim pela perda de progressão e ritmo da história. Um grande ponto vermelho fica na cara do espectador que morre de raiva ao assistir ao final deste filme.

Crítica por: Fabio Yamada.

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