Crítica: "Headhunters"

“HEADHUNTERS" - 2011

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Um filme de ação norueguês baseado no livro de Jo Nesbo que alçou o diretor Morten Tyldum ao sucesso em Hollywood. Um filme que mistura suspense, drama e ação em doses certas que transformam o filme num produto de fácil consumo pelo público acostumado com produções americanas do gênero.

Na história, temos Roger (Aksel Hennie, excelente) que trabalha como um caça-talentos empresarial (Headhunter) realocando executivos que almejam ascender profissionalmente. Paralelamente a esse serviço, Roger durante suas entrevistas com os futuros candidatos descobre informações pessoais destes e se eles possuem alguma obra de arte de valor em suas residências. Mancomunado com um funcionário da empresa de alarmes residenciais da cidade, Roger rouba as obras de arte e revende no mercado negro.

Roger é casado com Diana (Synnove Macody Lund, belíssima) que acabou de abrir um galeria de arte e deseja ter um filho. Roger é inseguro devido seus atributos físicos. Ele é baixinho e não muito bonito relativamente a bela Diana. O surgimento de Clas (Nikolaj Coster-Waldau, sempre competente) instiga a ambição de Roger, por este possuir uma suposta obra de Renoir. Ao mesmo tempo que desperta a insegurança e ciúmes em relação a esposa.

Em uma série de mistérios e reviravoltas que envolvem tecnologia de rastreamento de pessoas e espionagem industrial, a vida de Roger vira de cabeça para baixo, que se mete em situações inusitadas permeadas de doses de humor negro.

O filme é uma crítica feroz ao capitalismo predatório do mundo corporativo, onde Roger acaba perdendo todas as suas camadas de superficialidade, a esposa, o carro, o relógio, roupas e cabelos, e por fim sua dignidade. É nesse ponto de virada, quando o protagonista não vê mais possibilidades de escapar, que o roteiro alcança um grau de imprevisibilidade promissor.

Uma boa pedida para os espectadores que gostam deste tipo de produção, fugindo do lugar comum. O filme parte de um cenário pouco retratado pelo cinema, os headhunters, se utiliza de personagens que fogem do arquétipos dos heróis de filme de ação, entregando um anti-herói complexo, contraditório e muitas vezes falho.

Crítica por: Fabio Yamada.

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