Crítica: Awake

"AWAKE" - 2021

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Um filme com uma premissa interessante mas que não conseguiu atingir o mínimo necessário para entreter o assinantes da Netflix e olha que esse mínimo nem é muita coisa assim, visto que esse assinante se satisfaz com qualquer coisa.

A maior parte dos críticos ao filme apontam a falta de verossimilhança e de respaldo científico da trama, como se esses críticos fossem cientistas ou médicos para discorrerem sobre o assunto, afinal qualquer pode se considerar um verdadeiro acadêmico quando auxiliado pelo Dr. Google. No entanto, sim, o filme tem vários furos no roteiro e um trabalho de elenco péssimo com exceção de uma única personagem que consegue meio que carregar o filme.

A trama acompanha a história de Jill (Gina Rodriguez) uma ex-militar que agora trabalha como segurança de uma indústria farmacêutica e que contrabandeia medicamentos para traficantes. Ela perdeu a guarda dos filhos para a sogra, que cuida de Noah (Lucius Hoyos) e Matilda (Ariana Greenblatt).

Após uma noite de trabalho, Jill vai pegar seus filhos na casa da sogra, mas durante o trajeto eles sofrem um acidente e carro vai parar no fundo de um rio, justamente por que todos os automóveis e máquinas perderam a energia. Jill e Noah saem ilesos, mas Matilda tem que ser reanimada pelos paramédicos.

Ao retornarem para casa, eles começam a perceber que todos os habitantes perderam a capacidade de dormir, com exceção de Matilda que dorme tranquilamente. Não demora para Jill perceber que uma catástrofe está prestes a acontecer justamente pela privação do sono das pessoas. 

O desenrolar do longa-metragem se dá pela fuga enlouquecida de Jill e seus filhos que são perseguidos por fanáticos religiosos que querem sacrificar a garota e pelos cientistas militares que desejam estudar o fenômeno da garota conseguir manter sua capacidade de adormecer.

O filme se beneficiaria muito de uma abordagem mais sinistra e sinestésica como realizada em filmes como “Ensaio Sobre a Cegueira”, “Filhos da Esperança” ou “Aniquilação”, deixando um pouco de lado a ação ou explicações científicas, que geralmente não acrescentam em nada. Lógico, que sempre existirão os eternos insatisfeitos que desejam aprender ciência em filmes de ficção (ou ficção científica), discípulos de Christopher Nolan e seus filmes embasados em física quântica, mas para esses fica a dica de documentários da NetGeo.

O grande destaque do elenco fica para a pequena Matilda interpretada pela prodígio Ariana Greenblatt, que consegue interpretar personagens bem díspares em filmes como “Amor e Monstros” e “Em um Bairro de Nova York”. Outra surpresa do elenco é a maravilhosa Jennifer Jason Leigh, que mais uma vez faz o papel de uma cientista desequilibrada.

Um filme que tenta discorrer sobre a paranóia causada pela insônia poderia valorizar mais a subjetividade das imagens e dos sentidos com a criação de uma nova percepção do mundo. Afinal, quanto mais períodos ficamos sem dormir, mais temos a sensação de estarmos dentro de um sonho. Fica muito difícil acordar quando nem se quer estamos dormindo.

Crítiva por: Fabio Yamada

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