Crítica: Abaixo de Zero

"ABAIXO DE ZERO" - 2021

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Um filme espanhol de ação nos moldes do cinema americano de gênero com bons atores e personagens marcantes.

A história, apesar de não ser original, consegue empolgar o público se você não ficar se apegando a detalhes. Temos um policial em seu primeiro dia de trabalho após uma transferência, cujo primeiro serviço é o de transferir um grupo de prisioneiros de um presídio para o outro durante a noite mais fria do ano. O personagem em questão é Martin (Javier Gutiérrez, sempre competente) cujo parceiro na empreitada é Montesinos (Isak Férriz). Eles devem transportar os seis prisioneiros: Ramis (Luis Callejo ótimo), Golum (Andrés Gertrúdix), Rei (Édgar Vittorino), Pardo (Miquel Gelabert), Mihai (Florian Opritescu) e Nano (Patrick Criado).

Tanto o presidio quanto com caminhão de transporte são de dar inveja sistema carcerário brasileiro. Cada preso tem direito a uma cela individual dentro do caminhão de transporte. Como já esperamos, o comboio de transporte dos presos é atacado no meio de uma estrada deserta em meio à uma nevasca intensa.

O ataque ao caminhão coincide com o plano de fuga de Ramis, que consegue libertar os outros presos de suas celas. Ao mesmo tempo, Montesinos é alvejado por tiros na parte de fora do caminhão e Martin tem que decidir se enfrenta a rebelião dos prisioneiros ou confronta o atacante misterioso.

O responsável pelo ataque exige que os prisioneiros abram a porta do caminhão colocando fogo em suas celas, enquanto Martin tenta convence-los que é mais seguro que eles fiquem no interior do caminhão. Em uma reviravolta surpreendente, um dos integrantes revela saber a identidade do assassino e engole a única chave que permite a abertura das portas do compartimento.

Uma produção bem feita, com um belo trabalho de fotografia e montagem conseguem manter o clima de ação e suspense da trama. O roteiro trabalha bem o jogo de empatia para com os personagens, com o espectador ora torcendo pelos policiais, ora torcendo pelos prisioneiros. A idéia da união frente a um mal maior percorre toda a trama até quase o final do filme quando somos apresentados a um novo plot-twist.

Já vimos todos os elementos dessa história em outros filmes e seriados americanos, no entanto, ver essa obra com atores europeus falando em espanhol traz um novo frescor a trama. No entanto, o cinema espanhol de gênero é o que mais se aproxima ou copia o sistema de produção da indústria hollywoodiana, o que poderá transformar o cinema espanhol em tipo de cópia barata do cinema americano.

Crítica por: Fabio Yamada.

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