"CRUELLA" - 2021
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Estamos vivendo um enxurrada de adaptações live actions de animações da Disney, como se já não bastassem os malditos super-heróis da Marvel e DC. No entanto, recebo com bons olhos esses filmes realizam uma releitura de personagens secundários ou antagonistas de filmes icônicos ou contos de fada.
Afinal, quem não adora ver o seu vilão favorito assumir o papel de protagonista e finalmente atingir o almejado final feliz, mesmo que para isso tenha que cortar algumas cabeças ou jogar suas concorrentes de alguns precipícios.
Na adaptação em questão, temos a personagem a personagem Estella (Tipper Seifert-Cleveland/ Billie Galdston) como uma criança arredia e impetuosa com o icônico cabelo divido ao meio pelas cores preta e grisalho. Após ser expulsa de sua escola, Estella viaja com a mãe Catherine (Emily Beecham) para Londres em busca de um novo lar, mas antes de se instalarem fazem uma parada em um imponente castelo onde ocorre uma festa. Catherine busca por ajuda de uma antiga amiga.
Estella não resiste aos vestidos das convidadas e desembarca do carro acompanhada de seu cão. A garota deslumbrada acaba em meio a um luxuoso desfile de moda, no entanto, após uma confusão ela é atacada por três dálmatas. Em fuga, Estella vai em busca da mãe e conversa a beira do penhasco com a anfitriã da noite, a baronesa estilista (Emma Thompson). Estella se esconde, mas os dálmatas continuam a perseguição e empurram Catherine abismo à abaixo. Traumatizada pela culpa de ter causado a morte de sua mãe, Estella chega a Londres e acaba se envolvendo com outros dois garotos que vivem nas ruas de pequenos assaltos, Jasper (Ziggy Gardner) e Horace (Joseph MacDonald).
Anos se passam e o papel de Estella é assumido pela maravilhosa Emma Stone. A protagonista continua morando com Jasper (Joel Fry) e Horace (Paul Walter Hauster fantástico) e vivendo às custas de pequenos roubos, potencializados pelas fabulosas fantasias customizadas por Estella.
A reviravolta se dá quando após ingressar trabalhando como faxineira na conceituada loja de departamentos Liberty, Estella conhece finalmente a extravagante e cruel Baronesa, que a convida para trabalhar em seu estúdio.
Diferentemente, do que em “Malévola”, onde Angelina Jolie torna-se praticamente uma fada madrinha da Bela Adormecida, aqui em Cruella podemos observar a dicotomia congênita da protagonista, que luta inicialmente contra seus instintos perversos, mas que diante dos infortúnios da vida rende-se ao lado escuro da força, com direito a um plot twist digno de Star Wars.
Apesar da inevitável transformação de Estela em Cruella, não deixamos de apreciar o lado empático e carismático da personagem, que expressa com todas as forças e cores suas características psicóticas e autodestrutivas. Alguns poderão dizer que o público consegue sentir simpatia pela personagem apenas pela presença de uma antagonista muito mais malévola do que a nossa querida Cruella.
Outros ainda podem dizer que o filme não passa de uma criativa mistura entre “O Diabo Veste Prada” com “Guerra nas Estrelas” onde a personagem principal usa meia peruca da Miranda e a outra metade da Andy. Mas se naquele filme o destaque estava na magistral interpretação de Meryl Streep, em Cruella temos a fabulosa Emma Thompson. E se lá saltavam aos olhos os magníficos vestidos e sapatos de Andy, aqui somos brindados com uma trilha sonora perfeita que pontua cada fase da trama.
A idéia de utilizar universo gótico e punk revolucionando ao mundo moda através da personagem que se utiliza do contraste do branco e preto para refletir um dicotomia interna entre o bem e o mal é perfeita. Não podemos deixar de citar a presença dos três dálmatas assassinos que por pouco não viraram um vestido da estilista, se bem que o meu lado malvado bem que apreciaria este lado mais grotesco de Cruella de Vil.
Crítica por: Fabio Yamada
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