"DEIXA ELA ENTRAR” 2008
Um dos filmes de vampiros mais originais de todos os tempos. O diretor sueco Tomas Alfredson realiza um filme poético e triste que usa o terror para falar sobre a solidão.
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Na história temos Oskar (Kare Hedebrant), um menino frágil que sofre bullying na escola e mora com a mãe Yvonne (Karin Bergquist) que não lhe dá muita atenção. A paisagem gélida e branca da Suécia ressalta essa sensação de isolamento. Oskar é um menino com tendências violentas e fica curioso com a nova moradora do apartamento vizinho. Eli (Lina Leandersson fabulosa) mora com seu suposto pai Harkan (Per Ragnar). Na verdade, a figura de Eli sempre apresenta um aspecto andrógino e nunca sabemos exatamente o seu gênero. Ressaltado por uma frase de Eli - Você gostaria de mim mesmo que eu não fosse uma menina?. As duas crianças acabam se aproximando aparentemente inocentemente. Ao mesmo tempo. Harkan, o cuidador de Eli, empenha-se em conseguir sangue para alimentar a vampira infantil (lembre que vampiros não envelhecem). Harkan acaba se acidentando durante um de seus ataques para conseguir sangue e acaba com queimaduras em todo corpo. Eli tem que se virar sozinha para conseguir sangue. Ela faz uma visita final a Harkan no quarto do hospital, neste momento descobrimos o verdadeiro laço afetivo entre os dois. Eli liberta seu companheiro em uma cena comovente. Nunca saberemos o verdadeiro interesse de Eli, a medida em que seduz Oskar. Ela precisa de um novo parceiro (escravo?) para cuidar dela? A mente inocente de Oskar acredita no primeiro amor, que os dois foram feitos um para o outro e decide fugir com Eli deixando tudo para trás em uma despedida sangrenta. A cena da piscina é inesquecível, lembrando ao espectador, que sim, este é um filme de horror em todos os sentidos.
A cena final do filme é extremamente comovente e lança a dúvida de que em que medida o amor (ou amizade) não é uma prisão. Do que abrimos mão para se aventurar nesse dito grande amor. Através a ótica inocente de uma criança podemos ver o desnivelamento entre as relações estabelecidas. O final pode ser interpretado como feliz ou muito triste. Quem é o vampiro? Quem é a vítima?
Crítica por: Fabion Yamada
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