Crítica: "O Labirinto do Fauno"

"O Labirinto do Fauno” - 2006

Um filme maravilhoso de Guillermo Del Toro. Um filme que se utiliza de várias camadas de leitura e histórias paralelas para falar sobre a luta pela liberdade contra uma ditadura opressiva.

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Na história temos Ofélia (Ivana Baquero cativante), uma menina de 10 anos, que se muda com sua mãe grávida, Carmen (Ariadna Gil), para a fazenda do padrasto, o capitão Vidal (Sergi López assustador). A fazenda serve de quartel general para o exército franquista, que em plena Guerra Civil espanhola oprime a população civil e combate os rebeldes. Na fazenda, ela conhece Mercedes (Maribel Verdú linda) que namora um líder guerrilheiro Pedro (Roger Casamajor). O padrasto inicialmente ignora a presença da menina. Ofélia começa a sentir-se cada vez mais distante da mãe, que está cada vez mais debilitada devido a gravidez.

 

Ofélia adora livros de contos de fada, ela acaba por entrar em contato com um mundo de fantasia, inicialmente seguindo fadas em forma de cigarras. Estas apresentam Ofélia ao fauno, uma figura assustadora misto de homem, árvore e bode, que em nada lembra a figura mitológica grega. O fauna explica que Ofélia descende de uma família real (carência de sua verdadeira família) que governa o mundo subterrâneo, mas que precisa comprovar sua ancestralidade realizando três provas.

Na primeira prova, ela precisa achar uma chave no meio das entranhas de um sapo gigante, para tanto ela atravessa uma entrada em um tronco que mais se assemelha a um útero. Paralelamente, sua mãe fica acamada devido complicações da gravidez e Mercedes tenta roubar mantimentos para a guerrilha.

Na segunda prova, ela falha ao roubar e ingerir alimento durante uma incursão ao reino do misterioso homem pálido (um criatura aterrorizante que acaba por comer as fadas). O fauno repreende duramente Ofélia. A relação entre ela e o padrasto começa a se tornar insustentável e o embate entre os soldados e os guerrilheiros é iminente. Carmen morre no parto dando a luz a um menino.

Na terceira prova, Ofélia precisa fazer uma oferenda derramando sangue inocente no templo. Vidal descobre a traição de Mercedes e sua relação com os guerrilheiros. O fauno pede que Ofélia sacrifique o irmão para poder retornar ao mundo subterrâneo. A guerrilha invade a fazenda. Ofélia se nega a matar o irmão. O capitão Vidal atira em Ofélia, seu sangue escorre para o templo abrindo a passagem para o mundo subterrâneo.

 

Um conto de fadas sombrio que faz uma crítica social contra regimes fascistas. Um filme de gênero que se utiliza de monstros para retratar a violência real da guerra. Uma história triste que lembra os contos de fadas originais, que não poupam nem crianças e nem seus protagonistas de seus trágicos destinos.

Crítica por: Fabio Yamada