Crítica: Little Joe

“Little Joe” - 2019


Uma refilmagem moderna de Invasores de Corpos (Esqueçam aquele filme medonho com a Nicole Kidman). O filme que quase tirou a Palma de Ouro do Parasita e que venceu prêmio de melhor atriz para Emily Beecham.

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Na história uma biofarmacêutica trabalha em um laboratório de criação de novas flores, esse mercado obriga a protagonista a realizar experiências de sequenciamento genético para criar características que aumentem as vendas de flores. Alice cria uma flor (Little Joe em homenagem ao seu filho Joe) cujo pólen após inalado produz um sentimento de satisfação suprema, a dita felicidade.

Alice é separada e vive com Joe, que passa a maior parte do tempo solitário e deprimido. Seu assistente Chris (Ben Whishaw sempre perfeito) tem uma queda por ela e tenta se aproximar, sendo sempre rejeitado. Alice sente-se ameaçada quando o filho começa a pensar em morar com o pai e leva escondido a pequena flor para casa para deixar o filho mais feliz.


O ambiente asséptico do laboratório contrasta com a beleza do ballet das flores. Não espere banhos de sangue, sustos ou perseguições. O verdadeiro horror da história está na metáfora com o mundo atual que vive uma epidemia do mal da alma (depressão), onde todos procuram desesperadamente a tal felicidade vendida pelo mundo da publicidade. Um mundo onde a tal satisfação suprema vem encapsuladas nas drogas dos traficantes ou nos anti-depressivos da indústria farmacêutica (aqui vem no pólen - ecológico?).


As vítimas dessa flor tornam-se zumbis que apresentam um certa euforia mesclada com apatia, perda de senso crítico, com pouca modulação de expressão, exceto pela devoção a nova flor. A maior ironia do filme é que todos personagens atingem seus supostos objetivos que lhe trariam felicidade, todos tem um final feliz após aspirarem o pólen.


Crítica por: Fabio Yamada

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