Crítica: "Laurence Anyways"

"Laurence Anyways” - 2012

Um filme delicado que tenta dar voz as histórias dos transgêneros realizado há quase uma década. 


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O filme de Xavier Dolan, cineasta canadense homossexual assumido, escolhe temas que lhe são caros sem medo de se tornar repetitivo (maternidade, homossexualidade e transexualidade). Alguns podem dizer que são temas da moda ou que ele não sai de sua área de conforto, no entanto, através destes temas ele consegue abordar tantas histórias, tantos universos e de formas tão diversas.

Na história temos Laurence (Melvil Poupaud maravilhoso), um escritor de sucesso e professor de literatura que vive feliz com sua namorada Fred (Suzanne Clément inspirada). No entanto, surge uma necessidade de transformação, ele nasceu no corpo errado (Isso é uma revolta? Não, senhor. É uma revolução!). Não precisamos ver a infância do personagem e nem causas para o suposto distúrbio. Simplesmente é assim. Começa então a saga do personagem para ser aceito ao bancar essa transformação, tanto profissional quanto amorosa (ele continua sendo heterossexual, ele ama sua namorada). Como uma sociedade aceita isso? Onde se inspirar (espelhar) para construir essa relação? Tudo isso magnificamente filmado com cenas belíssimas (as peças de roupas caindo do céu!).

Uma constante em seus filmes são os excessos na direção de arte, nos efeitos de direção de câmera e a trilha sonora icônica. No entanto, é delicioso se perder nesse mar de informações e referências. Caso, você não queira mergulhar mais profundamente, fique na superfície ao som de uma música pop.

Crítica por: Fabio Yamada

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