“Jonas" - 2018
Um filme sobre um romance gay adolescente com pitadas de suspense.
🔑🔑🔑🔑
Essa seria uma forma de categorizar esse filme, perfeito para aquelas pessoas que gostam de rotular. No entanto, o cuidado com as escolhas do roteiro, atores e referências revelam que existem mais camadas para serem descobertas.
Na história temos a vida de Jonas contada em dois tempos, o do presente interpretado pelo avassalador Félix Maritaud (Sauvage, 120 batimentos, Faca no Coração) um enfermeiro homossexual com dificuldade em estabelecer vínculos afetivos e o Jonas adolescente introvertido (Nicolas Bauwens) que se encanta com o novo aluno da escola Nathan (Tommy-Lee Baik), extrovertido e desinibido. A descoberta da homossexualidade é tratada de forma natural pelo filme. A personagem da mãe de Nathan traz uma leveza ao filme e apresenta ao protagonista um porto seguro.
A dificuldade de comunicação entre os personagens permeia todo o filme, mas não espere diálogos longos e arroubos emocionais. Tudo é construído de forma silenciosa, através do que não é dito. Não vou revelar o trauma central que desencadeia a transformação de Jonas, mas nada mais é do que o reflexo dessa falta de comunicação, do que precisa ser escondido, do submundo.
A referência aos filmes de Gregg Araki e a cena final esboçam uma possibilidade de fuga, uma esperança.
Crítica por: Fabio Yamada
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