Crítica; "Fome de Viver"

"Fome De Viver” - 1983

Um filme com visual requintado que reúne Catherine Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon em uma história sobre vampiros modernos que praticam ménage. O primeiro filme importante de Tony Scott quebra algumas regras dos mitos dos vampiros em clima de video clip.

🔑🔑🔑🔑🔑



Eu poderia resumir assim The Hunger, mas seria injusto, o filme é um dos primeiros a discutir o tema de como os vampiros lidam com o dilema da eternidade e a melancolia decorrente desta (depois vieram Entrevista com o Vampiro e Amantes Eternos). Um filme cheio de simbolismos, tentando conectar a estática neogótica com mitologia egípcia (não existe mais as presas e sim uma lâmina dentro de um pingente egípcio, Ankh, que simboliza a vida eterna). A cena de abertura dentro de uma boate gótica ao som de "Bela Lugosi's dead" da banda Bauhaus com o casal de vampiros escolhendo suas vítimas seguida de uma cena de sexo coreografada com a troca de casais é uma das mais eróticas do cinema, ainda mais com a presença do casal protagonista.

Na história temos Miriam (Catherine Deneuve) que mora com John (David Bowie), eles se alimentam durante suas aventuras sexuais. O envelhecimento precoce de John desencadeia uma discussão sobre o que é o amor na vigência de uma vida eterna, qual o limite entre a necessidade egoísta de uma companhia e o verdadeiro amor. A tal fome de viver pode se transformar em uma prisão representada pelos caixões no sótão de Miriam (prisão representada também no Deixe ela entrar). A personagem de Susan Sarandon surge como uma cientista que realiza pesquisas sobre longevidade no sangue de macacos (uma história meio solta) mas que vale pela bela cena de lesbianismo entre as duas divas ao som de Lakmé de Léo Delibes (magnífica).
A fotografia, figurino, cenário, maquiagem e trilha sonora dão um show a parte para criar esse clássico sobre vampiros modernos.

Crítica por: Fabio Yamada

Comentários