"Estranhos em Casa” - 2019
O filme é uma mistura de Parasita, com Sob o Domínio do Medo (Sam Peckinpah) e com Nós (Jordan Peele).
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Não por acaso, o nome em inglês Get In (Get Out - Corra!), mas prefiro o nome em francês Furie, combina melhor. A história com base no melodrama vai crescendo em tensão até ficar insuportável, terminando como um filme terror com todos os elementos do gênero.
Na história temos um pai de família negro Paul (Adama Niane), professor de história bem sucedido, que viaja com sua esposa Chloé (Stéphane Cailard) e seu filho em um motor home durante dois meses. Ao retornar para casa, eles descobrem que a babá de seu filho e o namorado dela roubaram a casa deles através de um contrato de locação utilizando uma procuração falsa. Paul e a família ficam desabrigados de uma hora para outra. O racismo, até então inexistente, torna-se presente na agressão de policiais que o expulsam da própria casa. Paul tenta reaver a casa através da justiça recorrendo a prefeitura da cidade, mas sem sucesso. Eles vão morar em um camping de um antigo namorado da esposa, Mickey (Paul Hamy fantástico). Paul começa se aproximar de Mickey, que o leva para o submundo do crime e drogas, com a justificativa de trazer a tona o instinto selvagem de Paul.
A construção da estrutura do protagonista que vai se transformando com a retirada de várias amarras por causa das agressões que o mundo lhe impõe. O sucesso econômico e social do então negro domesticado (Oreo - negro por fora e branco por dentro), não pode ser suportado pela comunidade branca a seu redor, que o considera desmerecedor de tal posição. Paul é constantemente desacreditado e destituído de sua masculinidade, até o ponto em que uma matilha de porcos brancos derrubam a sua casa. Um filme inquietante e poderoso, está disponível na Netflix.
Fabio Yamada
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