Crítica: O Caso de Richard Jewell

"O Caso de Richard Jewell" - 2019

Clint Eastwood gosta de contar histórias sobre pessoas comuns que se tornam heróis pelo simples cumprimento dos seus deveres. Essa temática volta no belo O Caso de Richard Jewell (Richard Jewell, 2019).

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Numa mistura de Sully (2016) com 15h17 - Trem para Paris (2018), Clint conta a história do segurança Richard Jewell (Paul Walter Hauser): de salvador de centenas de pessoas no atentado terrorista ao Parque Olímpico Centenário nas Olimpíadas de Atlanta de 1996, Jewell se torna o principal suspeito do FBI. Prato cheio para mídia que encontra em Jewell o perfeito estereótipo para ser o culpado.

No seu estilo clássico, sem pressa, mas também sem excessos, Clint é hábil na construção do personagem principal e do cerco investigativo e midiático que se arma ao seu redor. Mesmo com as idiossincrasias bitoladas a respeito da lei e da ordem de Richard, Clint consegue aproximá-lo do espectador: respeitando as características do seu personagem e trazendo contrapontos com bom humor.

A arte e a fotografia do filme são sóbrias, mas belas, repare na luz que entra pelas persianas da redação do Atlanta Journal. Com excelentes atuações e uma narrativa atraente, Clint peca na construção melodramática: para forçar desnecessariamente a nossa simpatia a Jewell, o diretor estereotipa de forma machista a jornalista Kathy Scruggs (Olivia Wilde).

O Caso de Richard Jewell se encaixa fácil na filmografia de Clint Eastwood com seus filmes sobre o peso da responsabilidade de fazer o que é certo.

Geovany Hércules

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