"No Portal da Eternidade" - 2018
Em No Portal da Eternidade (At Eternity's Gate, 2018), o pintor e também cineasta Julian Schnabel, volta a fazer um filme sobre um grande pintor (Basquiat - Traços de uma Vida, 1996), e desta vez o escolhido foi Vincent Van Gogh (Willem Dafoe).
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O interessante do filme é que ele incorpora as características do pintor expressionista holandês ao seu estilo: a câmera assim como as pinceladas de Van Gogh é impulsiva e expressiva. Schnabel filma de forma inquieta, com ângulos diferentes e estranhos, com subjetivas, muitos são os planos na mão e as brincadeiras ópticas e com cor que enchem o filme de urgência, sensibilidade e significado. As sobreposições de imagens e sons nas reminiscências, alucinações e ataques psicóticos do pintor transmitem a sensação do protagonista ao espectador.
O roteiro escrito a seis mãos, pelo cineasta, sua esposa, Louise Kugelberg, e o mestre Jean-Claude Carrière (parceiro do grande diretor surrealista espanhol, Luis Buñuel), está mais interessado na lucidez de Van Gogh e em como a sua obra está mais relacionada com a sua visão de mundo do que com os seus problemas psicológicos.
É como se No Portal da Eternidade corrobora-se as concepções do maldito Antonin Artaud de que até o louco tem direito à sua loucura! Pena que o filme se apega a dados factuais controversos no lugar de explorar ainda mais a psique e os devaneios de Van Gogh.
Crítica por Geovany Hércules
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