Crítica: Boneca Inflável

"Boneca Inflável” - 2009

A antiga história de pinóquio transformada em uma fábula urbana pós-moderna. 

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No filme de Hirokazu Koreeda, vencedor da Palma de Ouro em Cannes por Assunto de Família em 2018, Nozomi (Doona Bae) é uma boneca inflável que ganha vida. Uma cena belíssima, na qual a boneca entra em contato com gotas de chuva, sem necessidade de grandes efeitos especiais. 

A protagonista sai pelas ruas com seus vestidos fetichistas (lembrando personagens Cosplay) e acaba conseguindo um trabalho em uma locadora de vídeo. O dono da boneca, um solitário atendente de restaurante, não sabe de sua vida dupla. Ao ser trocada por um novo modelo de boneca, Nozomi descobre que ambas são somente uma representação de um antigo amor perdido. 

Nozomi apaixona-se por seu colega de trabalho e na cena mais linda do filme, a boneca inflável está caída no chão esvaziando, Junichi debruça-se sobre ela e começa a enchê-la de ar pela válvula em seu ventre. A cena mostra ele entre as pernas da boneca simulando sexo oral, no entanto ela está se enchendo de vida e amor. 

Uma representação da mulher submissa tentado se emancipar numa sociedade machista contada através da metáfora de uma boneca inflável com um final belo e triste. 

Fabio Yamada

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