Crítica: Mormaço


"Mormaço"

Nota: 🔑🔑🔑🔑 de 5.

Mormaço (2018) de Marina Meliande é um filme interessante sobre as mudanças que aconteceram no Rio de Janeiro devido às Olimpíadas de 2016.

No filme acompanhamos o drama da advogada Ana (Marina Provenzzano) e da comunidade Vila Autódromo, favela próxima do Parque Olímpico que foi desocupada. Ao mesmo tempo que luta pela permanência da favela junto com seus moradores, Ana também sofre com a desocupação do seu prédio devido a especulação imobiliária. Todos são afetados pelas mudanças na cidade.

Com forte apelo documental, o filme também trabalha com elementos do fantástico. Impotente a tudo que acontece, Ana começa a se entregar a uma certa apatia, seu apartamento fica uma bagunça, as frutas da sua mesa apodrecem e uma estranha doença começa acometê-la. Metáfora de um corpo doente que espelha a situação da cidade.

Essa parte lembra os filmes de horror do corpo do diretor canadense David Cronenberg. Apesar disso, a parte social se sobrepõe e muito sobre a parte fantástica/terror. O que não impede do filme caminhar para um final primoroso, cheio de tensão e surpresas.

Crítica por Geovany Hércules.

Comentários