"VIÚVA NEGRA " - 2021
🔑🔑🔑🔑
Um filme da Marvel que inteligentemente soube aguardar e se beneficiar do momento no qual vivemos para lançar o filme sobre a heroína mais empoderada dos quadrinhos e que liberta suas companheiras das amarras psicológicas do machismo através de uma bela injeção de coragem.
Falando assim até parece um filme panfletário, mas ao contrário do filme da concorrência com a maior heroína dos quadrinhos desfilando com seu body colante com as cores da bandeira americana, aqui nossas mulheres maravilhosas fazem questão de confeccionar seus próprios uniformes utilitários com numerosos bolsos e sem quase que nenhum apelo sexual, elas não habitam harém escondidos pelas nuvens e seus poderes não foram herdados de uma divindade masculina.
Aqui, essas heroínas são frutos ou efeitos colaterais descartáveis de uma guerra fria que cujos governantes criaram soldados em corpos femininos afim de conseguir uma maior submissão e a camuflagem perfeita para uma arma mortal. Sim, antes de conseguirem sua emancipação, elas não passavam de mulheres objeto dentro de um campo de batalha.
Independente das questões filosóficas ou sociais das HQs em questão que foram criadas em épocas muito diferentes uma da outra, as histórias dessas personagens icônicas estão intrinsecamente ligadas ao que a sociedade esperava da mulher comum americana.
No filme, cuja história se passa antes da morte da Viúva Negra (Scarlett Johanssen) no último Vingadores, somos apresentados a um breve prólogo, onde uma família de espiões soviéticos morando em terras americanas conseguem fugir para Cuba carregando importantes documento. A família em questão é formada por Alexei (David Harbour, excelente), Melina (Rachel Weisz, sempre linda), Natasha (Éver Anderson) e Yelena (Violet McGraw), sendo que as duas últimas quando adultas serão as protagonistas do filme. As duas garotas são separadas uma da outra e encaminhadas para diferentes projetos treinamento.
Mais de 15 anos depois, reencontramos Yelena (agora a maravilhosa Florence Pugh) conseguindo se libertar acidentalmente das amarras químicas da Sala Vermelha, que tem sob seu controle um exército de viúvas negras. Ela vai a procura de sua irmã Natasha (Scarlett Johansson) num encontro pra lá de explosivo.
Após algumas reviravoltas e revelações com pitadas de humor, elas chegam a conclusão que só conseguirão acesso a seu verdadeiro inimigo se reunirem novamente sua pseudo-família. Então elas libertam o Guardião Vermelho (David Harbour) de uma prisão na Sibéria e fazem uma pequena visita a sua mãe-cientista Melina (Rachel Weisz). Tudo isso com a finalidade de destruir o maléfico vilão Dreikow (Ray Winstone) que tem o poder sob todas as soldadas viúvas negras, além de fazer parte de um episódio tenebroso do passado de Natasha, que envolve a morte da filha de Dreikow, Antonia (Olga Kurylenko, irreconhecível).
Falando nisso, nada melhor do que o método que a diretora arranjou para não explorar a beleza plástica das atrizes, além de criar um figurino que cobre grande parte da pele das atrizes, fincou um capacete na cabeça em uma das atrizes mais belas do filme. Isso sem falar na hilária piada que Yelena faz com a irmã, sobre a pose que Natasha faz toda vez que aterrissa no solo.
Independente das virtudes cinematográficas da obra, temos que reconhecer que a Marvel consegue entregar um produto de qualidade para o grande público e que possui relevância para a época na qual vivemos e em ressonância com seu público alvo.
Além disso, o roteirista Eric Pearson e a diretora Cate Shortland conseguiram uma introdução orgânica para substituição da personagem de Scarlett Johansson, apresentando a estrela em ascensão Florence Pugh como a irmã de coração de nossa querida Viúva Negra.
Crítica por: Fabio Yamada.
Comentários
Postar um comentário