Crítica: "Medéia"

“Medéia" - 1988

Um dos primeiros filmes de Lars von Trier, baseado na tragédia grega de Eurípedes. 

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Como no texto de prólogo inicial, o diretor se baseou nos roteiros de Carl T. Drier e Preben Thomsen para realizar o filme, como uma homenagem ao gênio do cinema alemão.

A história todos nós já conhecemos, Medéia (Kristen Olesen) é casada com Jasão (Udo Kier) com quem tem dois filhos. Jasão transforma-se em um herói de guerra e o Rei Creonte (Henning Jensen) propõe que ele se case com sua filha Glauce (Ludmila Glinska). Jasão aceita a proposta e Medéia e os filhos são exilados do reino. Medéia aceita seu destino trágico e põe em movimento um plano de vingança que culmina com o assassinato de seus dois filhos.

O ritmo lento do início do filme associado aos diálogos truncados pode gerar uma certa dificuldade em acompanhar a trama. No entanto, o desempenho visceral de Kristen corroborado pela fotografia em tom sépia e belíssimos planos do diretor recompensam o espectador. A utilização da técnica de chroma key em determinadas cenas pode soar amador, mas ele utiliza esses planos para ilustrar os sentimentos dos personagens e por vezes criar uma distância entre as verdadeiras intenções de cada personagem.

Apesar de conhecermos o desfecho da história, nada nos prepara para a impactante cena do final. A participação das crianças no ato final, com elas tomando consciência e aceitando seu destino é comovente.

Crítica por: Fabio Yamada

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