"Sergio" - 2020
Sergio (2020) de Greg Barker, a nova produção da Netflix, é uma cinebiografia insípida do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura). Cheio de boas intenções, o filme mais parece uma propaganda para alistar novos funcionários para Organização das Nações Unidas (ONU).
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O filme alterna entre o maior sucesso diplomático de Sergio (o conflito entre Timor Leste e Indonésia) com o seu maior fracasso: a ocupação dos Estados Unidos em Bagdá, Iraque. Talvez aí resida o seu maior problema: o embate de Sergio de Mello com o governo americano é muito mais interessante do que seu romance com Carolina Larriera (Ana de Armas). Difícil não sentir a sensação de barriga durante as idas da narrativa para o Timor Leste.
No lugar de construir o personagem linearmente, o filme aposta que a importância da pessoa retratada criará por si só o interesse no espectador em acompanhar sua narrativa. Sergio ganharia muito mais se adotasse uma narrativa parecida com Milk (2008) de Gus Van Sant, que primeiro constrói o personagem para então apresentar o seu fim trágico.
Cheio de reverências em cenas que beiram a breguice, Sergio está mais preocupado em criar um personagem que inspire do que investir em suas contradições e complexidades.
Geovany Hércules
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